A primeira dificuldade é identificar o local de onde vem o som. Ponto número um.
Ponto número dois, olhar para o gajo de alto a baixo a tentar perceber quem é.
Ponto número três: c'um caneco! Já não via este gajo há uns 20 anos!
Conversa para aqui, conversa para ali, os meus olhos não paravam de pousar nos braços tatuados, ao mesmo tempo tempo que o meu cérebro entrava numa semi-negação.
A par das tantas, a conversa "descarrilou" para o passado, o tempo que já lá vai, a minha certeza de que ele sabe quem sou, mas não se lembra muito bem de onde me conhece, aquela cabeça está desconcertada faz tempo (disso ainda eu me lembro bem, da altura em que tudo se desmoronou).
"Sei que és cristã, tens as tuas crenças (eu? cristã??), eu tenho as minhas, mas não há problema nenhum! Continuas e sempre serás a minha irmã do coração!" - Não me recordo de sermos assim tão chegados, mas sim, sempre me preocupei com ele.
"Temos de acreditar em qualquer coisa (OMFG! Ele tem mesmo aquilo tatuado no braço??). Acima de tudo sou nacionalista. Chamem-me fascista se quiserem, mas primeiro amo a minha bandeira, depois a minha pátria e depois vem o resto. E sabes? Quando se bate no fundo com 20 anos, até que subimos mais depressa, se caísse agora, com esta idade, não sei se conseguia subir de novo. E o Senhor diz: "Os fortes são os que prevalecem!"
Oh! Valham-me os santos se os houver! Que raio de merda se passou contigo, V.?
"Tás aqui, irmã! - punho fechado a bater no peito - Tás aqui e desejo-te as maiores felicidades para a tua vida! Xau."
Xau V.
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