"Satisfeita, mas não saciada"

Nem sei bem se dormi, se não. Sofrer por antecipação começa a ser um hábito, de há uns dias para cá...
Pulei da cama mal o telemóvel tocou. Desci rapidamente, meio aérea tratei da higiene, vesti-me e ainda puxei do lápis. Parei em frente ao relógio da cozinha, olhei-o sem o ver e revi mentalmente tudo o que precisaria para o resto do dia.
O encontro com a F., aconteceu no minuto exacto em que o planeei. Ainda sei planear, OBA!
Veremos quanto ao resto...
Neste momento dou "assessoria" à formação que está a decorrer. Calmo e explícito, mesmo como eu gosto.

E à chegada ainda fui presenteada com um raminho de flores, como se a miúda tivesse adivinhado de quais gosto. Ficou desgostosa de as papoilas terem murchado tão rápido, mas resolvi tudo com uma foto (que tenho mesmo de colocar aqui!).
Que saudades eu tinha disto!

A meio da manhã resolvi sair da cave, respirar ar puro e fumar um cigarro. Observei os putos a correr atrás dos cães, no enorme relvado. Já deu para descobrir que há por ali muitos melros (ou pombos gigantes...), não os distingo, a sério que não. Passam vários aviões, em formação. Mais ao lado um rebanho de ovelhas a pastar, perto do depósito da água (no chão, não estavam junto dos aviões...).

Perto das 11 da manhã comecei a ficar impaciente, nervosa mesmo. Era um dia pelo qual esperava há algum tempo.

Na minha cabeça ecoava esta música há algumas horas e sentia-me como o papagaio!

Para quem não sabe a que me refiro, havia em certo prédio um papagaio, que todas as manhãs atravessava um cabo que ligava a varanda onde passava as manhãs, à varanda da casa em frente, onde morava uma linda papagaia, que ele lá ía comer. Ora o dono da papagaia não estava lá muito contente com a situação, e resolveu electrificar o cabo.

O papagaio, sem saber de nada, mal meteu a pata no cabo, levou um daqueles esticões, e agarrado ao cabo, não parava de tremer e pensava: "Calma, Louro... Até parece que é a primeira vez que vais às putas..."

(Esta parte do post ainda foi escrita com a energia das 11:32 de sexta-feira)

Chegou a hora de almoço, deram-me a melhor notícia do dia e todos os sistemas em mim dispararam como um computador infectado com 500 trojans!
Rapidamente tomei decisões, fiz planos e comuniquei-os. É "engraçado" ter constatado, já perto das 21 horas, quando bateu fomeca, que esqueci de almoçar...

Quando pensei nisto, fiquei confusa: como posso ter esquecido? Bem sei que o dia tinha tudo para ser diferente, estava a ser estimulante, sentia-me electrificada, como o cabo da história do papagaio. Portanto, desde que acordei até às 21, contabilizo 3 cafés e... 1/2 de leite. E tinha um bolo na mala!! Prometo almoçar na segunda-feira!

A tarde foi magnífica. É curioso como as horas passam demasiado rápido quando e onde nos sentimos bem. Sem dúvida que recordarei durante muito, muito tempo, cheiros, cores e sabores, e lhes associarei sons, músicas que até aí me passaram meio despercebidos.
Entretanto, há quem se queixe da vida, mas começar a trabalhar árduamente numa sexta-feira e a seguir levar com um fim-de-semana para descansar, não é mesmo para quem quer. É para quem pode. Roam-se.

Gostei e tenho muita vontade de continuar.