Not bad...

Acordei às 11 da manhã, com uma voz suave e lá fora a promessa de um dia agradável.

-"Vamos sair? Está sol, como gostas..."

Abri uma pálpebra, depois a outra e de imediato as tranquei. O cortinado estava todo para o lado e a persiana de enrolar completamnte para cima.

-"Que horas são?"

-"11"

Demorei um pouco a responder, pensando se havia de aceitar ou fingir ter adormecido para mais tarde adormecer mesmo.

-"Pode ser. O que queres fazer?"

-"Assim para já queria ir à loja de electrónica comprar aquelas cenas e depois podíamos aproveitar para ir limpar o carro por dentro..."

-"Estou a ver... Acordaste-me para te limpar o carro..."

-"Não... para me fazeres companhia."

-"Tenho direito a pequeno-almoço?"

-"Tens."

Quando levantei reparei que ela já estava vestida, prontinha para sair. Pensei "uau, tá decidida".

Desci e após as recomendáveis "abluções matinais" e já depois de me enfiar nas primeiras peças de roupa que encontrei, já cheirava a café na cozinha.

Cumpriu. Tinha o pequeno-almoço à minha espera.

Saímos. Na loja de electrónica, o H., homem de extrema paciência para tudo explicar e fazer-se entender, mediu o circuito que levámos e estava em condições, logo, só poderá ser de outra parte. Com paciência chegamos lá. O transformador de 12 volts... ficou encomendado, mas também não temos grande pressa, ainda faltam 11 meses para o Natal!

Fomos para a calçada (é entre paredes, garanto). Abrimos as portas do carro, os tapetes saltaram todos cá para fora, aspirei toda a areia do fundo, os estofos, portas e tejadilho. Esmerei-me, eu sei...

Enquanto isso ela lidou com o pano e o spray. Tem mais paciência para puxar lustro do que eu...

Carrito limpo, bazámos. Onde vamos, onde não vamos, decidimos ir a Setúbal. Precisávamos de umas ideias e algumas coisitas e calhou dias antes termos visto uns panfletos (sim, vamos começar a inventar!). De regresso fomos até Alcochete. Estávamos mesmo a pensar ir comer algo ao Freeport, mas ao longe a confusão de carros e alguns da comunicação social, faziam adivinhar confusão, ainda mais que o dia estava óptimo.

Acabei por dizer para virmos para casa. Atrás de nós já se viam nuvens escuras e preferia, de longe, já estar em casa quando decidissem chorar.

Comemos qualquer coisa rápida, já eram quatro e meia da tarde, hora linda de se almoçar!, e fomos para cima ver um filme. De arrasto levámos o gato, que decidiu aparecer para almoçar/lanchar (também não tem horário...).

Dos três, apenas eu vi o filme (Sim, porque o gato também se deixa ficar a olhar para o ecrã. E se mudo para o Nat Geo e estiver a dar algo que envolva passarinhos, até lhes mia...). Como dizia, vi o filme enquanto tentei desesperadamente terminar o meu gorro, o gato entretanto acordou, desceu e decidiu miar á porta para que se abrisse.

Normalmente tento ignorá-lo o mais que posso, mas não quis que a C. acordasse. Acabei por descer. Pediu-me lanche/jantar/algo. De certeza que o bicho quando olha para mim só vê comida...

Depois de comer pediu para sair.

Abri a porta.

Olhou para mim com ar triste e soltou um longo miado, sem se mexer.

Olhei para ele de lado... Tirei um cigarro do bolso do casaco ali pendurado e deixei-me ficar fora da porta a fumá-lo.

Olhei de novo para ele e continuava a olhar-me, triste e sentado à porta de casa.

-"Mas queres sair ou não?"

Como não merespondeu, entrei fechando a porta atrás de mim.

Vim ligar o pc, sento e... "miaaaauuuuuu".

:)

Fui abrir a porta de novo, e de novo se sentou a olhar para mim, com o ar mais triste do mundo.

Agora digam-me: como vou fazer com que o Nico (o gatinho...) entenda, que eu tenho o poder de carregar num botão e ligar um aquecedor (que ele venera!), abrir uma lata de comida (uiii!), que abro os olhos mal o despertador toca (já agora... os gatos detestam despertadores. O meu costuma voar da mesa de cabeceira para a minha cabeça), como vou fazer este anjinho entender, que não tenho qualquer botão que páre a chuva??