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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Como convencer um homem...

O prometido é devido.
Não passa nem mais uma hora que não conte o episódio que mencionei uns posts atrás, episódio ao qual fiz esta referência:
Durante a semana, quando o R. não estava, ía para o quarto deles ver tv e
acabava por ficar lá a dormir com a R. (isto deu uma história que tenho mesmo de
contar noutro dia - como os homens são complicados!).

Pois é. Muitas foram as noites que eu ficava a dormir com a R. na ausência do R...
O Outono estava no seu fim, começava a ficar mais frio e isso notava-se ainda mais com a casa ainda sem mobiliário.
Na altura eramos apenas nós três os habitantes do castelo.
Esquentador ainda não havia, e nós (mulheres de garra) tomavamos duche de água gelada.
Por vezes aconteceu, por falta de tempo, atrasadas para o trabalho, termos de utilizar a casa-de-banho em simultâneo, tendo mesmo algumas vezes chegado a tomar duche ao mesmo tempo.
Num dos fins-de-semana que o R. veio passar a casa, numa das nossas saídas tardias, ronda pelos cafés e salas de jogos, não me recordo ao certo da conversa que estávamos a ter, ele a propósito de ela ter vindo sentar-se no meu colo, olha para mim e deixa sair um comentário do tipo:
- "Imagino a rebaldaria quando eu não estou!"
Sei apenas que resolvi chateá-lo, com a cumplicidade logo óbvia da R., calando-o com um forte:
- "Sabes lá tu o que nós fazemos as duas à noite... Se ela não te contou, não sou eu quem vai contar, não concordas?"
A cara dele não deixou margem para dúvidas.
A R., vendo que estava com a brincadeira a conseguir despertar algum ciúme, resolveu "piorar" a situação. Além de confortavelmente sentada no meu colo, ainda me passa o braço por detrás do pescoço e começa a brincar com uma madeixa de cabelo enquanto me vai segredando ao ouvido.
E ele, visívelmente incomodado!
Não disse mais nada a noite toda.
No fim-de-semana seguinte, novamente nas nossas saídas, chamou-me à parte e com um ar bastante sério perguntou-me:
- "Tu andas-me a comer a gaja?"
Juro que de início não estava a relacionar a pergunta com coisa alguma e respondi-lhe um rápido não. Afinal de contas, as namoradas dos meus amigos para mim são homens. Vai daí também é melhor não serem...
- "Epah, tiraste-me um peso de cima! Ando há uma semana a pensar no que vocês disseram, andava mesmo a bater mal com a cena..."
Ah, espera... Ficaste preso nesse episódio? Então espera aí...
Deixei-o falar durante um bocado, nada lhe disse mais, ía fumando e olhando para ele com ar de quem mentiu... e colou!
- "Foda-se! Comeste mesmo..." - Continuei calada. - "Como foste capaz de me fazer isso? Eu confiava em ti. Não acredito... Quero provas!"
Ora era mesmo aí que te queria!: "Bem... Sabes aquela mancha que ela tem na coxa esquerda? Aquela assim do tamanho de uma moeda? ..."
Só o vi aos pontapés ao carro e a virar costas. Foi embora, não o tornei a ver nessa noite.
Voltei para dentro, perdida de riso.
A R. perguntou-me o que se passava, expliquei-lhe, desmachou-se a rir e disse para por enquanto eu não desmentir nada e saiu em busca dele.
Voltou passado meia hora, sem saber dele.
Fomos para casa as duas, ele não estava, e acabámos por ir dormir, cada uma na sua cama (não fosse ele aparecer de caçadeira...).
A meio da noite tocam à campainha, fomos abrir. Era um amigo comum, o J., vinha para falar comigo. Achei estranhissimo, mas pronto...
- "Que foi que disseste ao R.? Tenho estado a noite toda a levar com ele, só baba e ranho e jura que te mata."
A R. também estava a ouvir e lógico que nos partimos a rir. O J. limitava-se a olhar meio aparvalhado...
Até que a R. lhe disse que o mandásse vir para casa, que estaríamos as duas na cama à espera dele (ela só não especificou que cada uma estaria na sua cama!).
O J. foi embora, uma meia hora depois chegou o R.
Atravessou o corredor em direcção ao quarto e batendo na minha porta gritou-me um "Amanhã falamos nós!"
Ainda lhe gritei algo de resposta...
A noite passou-se, no dia seguinte fui almoçar com os meus tios e por força de outros compromissos só nos voltámos a reunir à noite. Já eu estava no café quando eles chegaram.
Ela entrou, ele fez-me sinal para sair.
Demorou até conseguir verbalizar o que lhe passava pela cabeça, até que saiu o que até aí seria impensável na minha cabeça:
- "A R. disse-me que é mentira. Mas eu não acreditei."
Não acreditou? Mas não acreditou como??
- "Epah R., deste demasiados pormenores para isso não ter acontecido mesmo. Já está feito, paciência." - não tirava os olhos do chão e eu estava sem saber se ele estava a falar a sério ou a gozar com a minha cara.
E ainda usou remate de conversa:
- "Não te perdoo, isso não. Mas se teve de acontecer, antes contigo do que..."
- "Mas tu tás parvo?"
Aí ele olhou para mim. A R. lá de dentro apercebeu-se e veio ter connosco.
Ele exaltou-se um pouco... Além de o ter feito "corno" ainda o estava a chamar de parvo, compreende-se...
O resto do pessoal apercebeu-se, saíram todos e rodearam-nos.
Ele barafustava, repetiu que não tinha acreditado na R., a R. sentiu-se ofendidíssima e eu a dizer que era tudo mentira. Todos à nossa volta a apanhar bocados soltos da história, apenas o J. mais elucidado, um caos!!
Toda a confusão amainou quando se trocaram estas últimas frases:
- "Só pode ser verdade, porque sabes da mancha dela na coxa e só estando ela nua poderias saber!"
E as duas a uma mesma voz sem ensaio anterior:
- "Porque tomamos banho juntas!"
(Uns minutos de silêncio dele... um olhar de lado, os sorrizinhos do pessoal...)
- "Então da próxima convidem!!"

Conclusão: foi mais fácil convencê-lo de que sim, do que não... Os homens são estranhos, não?

10 comentários:

  1. Ri-me muito! Muito mesmo...até me doi a barriga!

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  2. Vocês quando querem sabem convencer... Chama-se dom natural!

    O Jacaré

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  3. Sim... naquela casa acordávamos a rir e a rir adormecíamos.
    Acho até que ríamos a dormir...

    Anónimo... por isso se diz que "o que o Diabo não pode, a Mulher consegue" ;)

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  4. Fartei-me de rir..... mas acho que estou de acordo... vocês quando querem são convincentes.... mas há algo que não explicaste.. porque é que ele desconfiava de ti?...e não dela?

    :-)

    beijinho
    Jorge

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  5. hmm... Ele acreditou na minha mentira e não na verdade dela...
    Se calhar no fundo, no fundo, quis que fosse verdade. Sabe-se lá porquê...

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  6. Vocês puseram o homem completamente doido!
    malandragem!

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  7. mfc: há mais... muito mais! O que ele sofreu a partir daí.
    O mal é deixarem-nos descobrir o ponto fraco. A partir daí... salvem-se se puderem! ;)

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