Se sinto a minha cabeça a funcionar e a minha paz de espírito de volta? Não.
Se tenho descansado? Sim.
Se tenho dormido? Sem sombra de dúvida!
Que têm então estes dias de diferente dos outros?
O LOCAL!
O que tenho feito então?
Tenho redescoberto o poder “milagroso” de um sem-fim de produtos domésticos, que me têm dado algum (friso “algum!”) prazer nas tarefas domésticas.
Tenho paralisado com o cerco das vespas, tenho a roupa para lavar em dia, tenho incontáveis cestos de roupa para engomar, tenho algumas ideias para costurar, gatos para mimar, receitas para experimentar, álbuns para ouvir, livros para ler, sentimentos para redescobrir, caveiras para me assombrar, enfeites de natal para retirar, gripe para curar, …
Os dias estão a passar devagar, mas ao contrário do que é hábito, tenho-me mostrado serena, como se protegida de uma camada repelente de stress. Como se naquela noite tivesse despido uma fatiota antes de entrar em casa, e tivesse deixado todos os problemas e inquietações nos bolsos.
Estes momentos de calma lucidez não vão durar para sempre, estou ciente disso. Mas durem o que durarem, atenuam de certa forma a impotência dos dias que vou sentindo, a amargura de remar contra uma maré que não é a minha.
Vou, por isso, deixar correr estes dias, sem planos, sem perspectivas definidas, que me possam levar à frustração, àqueles níveis lá tão em baixo que dificilmente conseguimos trepar.
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