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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como podemos nós ser normais?

Hoje decidi escrever o relato de um dia normal de trabalho.

(1)
Ainda não tinha aberto a porta já tinha duas cartas para decifrar e depois explicar: "esqueça esta que já passou o prazo e vá lá hoje com esta que é para as 16 horas".
- Ah e tal e coiso e como é que vou conseguir ir para lá?
(oh amigo.... vá a pé, sei lá eu!)
......................

(2)
- Bom dia, eu vinha ter com a Drª L...
- Ela não está, mas deixou isto para si.
Estiquei o "isto" para a mão dela, ela olhou o "isto" com ar incrédulo e perguntou: "E o resto?"
(Qual resto amiga?? Eu ouvi o recado todo, não ouvi só metade...)
- Sendo assim não quero, deixe estar (estendendo o "isto" de volta para a minha mão).
(Hasta!)
......................

(3)
Porta fechada, grade fechada, telemóvel ao ouvido, retinas no ecrã. Bagunça no corredor... Vizinho da frente espreita e em seguida fecha-se dentro da sua loja... Aproveito o telemóvel ao ouvido e ligo à colega duas lojas ao lado:
- C., está tudo bem??
- Sim,,, está. Porquê? - Pergunta ela naquele tom de quem espera que lhe preguem uma partida qualquer.
- Que se passa aí que está tanto barulho, só ouço gritos e pessoal a discutir?
- Ahh, nada, não se passa nada. Estou a meio de um atendimento e o pessoal está lá fora à espera da hora da sessão, mas sim, estão entusiasmados. Obrigada pela preocupação :D
...........................

(4)
Três chamadas depois, alguém bate no vidro:
- Bom dia, a Drª L?
- A Drª L hoje não está.
- Mas ela tinha marcado comigo...
Pego nas agendas, hoje não era de certeza.... Pego na do J. :D Bingo. - Só um minuto que vou ligar para o meu colega.
Viro-me para pegar no telemóvel, enquanto a criatura me espeta o cartão da marcação no vidro, como que para eu ver bem...
Abro a porta, abro a grade: - Olhe, o meu colega não conseguiu carrinha agora para de manhã, e pede-lhe que venha aqui ter com ele às 15 h.
O bicho deita as mãos à cabeça (mas sem nunca arranhar a stylish crista-de-galo (sério?? ainda se usa?? assim carregadinha de gel/brilhantinha/graxa/better-not-know??)), e diz: "O quê? Importa-se de repetir??"
Bla bla bla whiskas saquetas.
- Eu sacrifiquei a minha medicação para não me deixar dormir...
(Espera... Deixa-me rebolar a rir primeiro.)
(Ainda estou a rebolar...)
Bla bla bla whiskas saquetas.
Bla bla bla whiskas saquetas...
(Não consigo parar de rebolar!!!)
- Olhe, vai estar aqui às 15 horas ou não??
- Sim, ok... - e foi-se.
.................................

(5)
Ao voltar da pausa para café, duas senhoras sentadas à espera.
- Bom dia, é a Drª L? (pior c'a Fanny, porra!)
- Não... De que precisa?
- Eu sou fulana de tal, do serviço X, da instituição Y, e vim aqui directamente de sítio tal, porque a Seg Social me disse para vir aqui falar com ela...
- E tinha marcação com ela?
- (Cara de tronga...) Não... Era preciso marcação?
- Pois... Nós nem sempre estamos todas aqui. De vez em quando saímos para o terreno... (Agora que sei quem és...)
- Mas é preciso marcar para falar com a Drª L?
- Sim... Com ela ou qualquer outra pessoa. É que temos mesmo muito trabalho, não estamos aqui sentadas à espera que o trabalho venha ter connosco...
- E a que horas ela estará por aqui?
- Hoje não vem.
- Podia ligar-lhe a dizer que estamos aqui?
- Não. Vai estar o dia todo em reunião e mesmo que lhe pudesse ligar, ela não poderia resolver essa situação hoje.
(Adios!! NEXT!!!)
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(6)
Mais algumas peripécias até à hora de almoço.
Por "algumas" entenda-se "oh meu deus! oh meu deus! alguém me acorde deste pesadelo."
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(7)
Fomos almoçar no meu espaço.
Depois do almoço o J saiu em serviço (4). A K. na cozinha, eu na sala, e de repente... "pi pi pi Desarme a central pi pi pi".
wtf?? WTF????
Estamos cá dentro há hora e meia!!!
Levanto-me de um pulo, vou para o lado errado. Porra, o comando está na outra ponta!, corro, bato com a perna na esquina da mesa, alcanço o comando, e enquanto introduzo o código vou pensando que raio de desculpa vou inventar desta vez para a nova nódoa negra que vou ter na coxa...
Consegui desactivá-lo antes que ligassem à R., que estava lá... no outro lado da cidade. Eu não me lembro da senha e muito menos da contra-senha... E ela também não.
Entra a K. na sala: - Isto era o alarme?
................................

(8)
As minhas marcações da tarde não apareceram, e depois de hora e meia a ouvir a batida no estúdio, resolvi voltar à loja.
Mal ponho o pé lá dentro...
- Roubaram-me o teu telemóvel...
Olho para o J., e ele confirma-me com um aceno de cabeça.
Equipa a ligar para o meu número. Ninguém atende.
Volto-me para o FB, apanho a R. online e travámos o seguinte diálogo:

  • Eu

    emprestei o meu telemovel à K para ela desmarcar os atend da L e ao que parece roubaram-lho...
  • Ela

    onde?
  • Eu

    na loja
  • Ela

    já ligaste pro tlm?
  • Eu

    sim
    chama mas ngm atende
    na loja n está, ele estava com som
    o J tb já tentou
  • Ela

    eu liguei agora
    alguém atendeu mas desligou
  • Eu

    hmmm
  • Ela

    liga para o A pq se calhar o melhor é ligarem para a tmn e bloquear
    n vá alguém estar a fazer chamadas para o estrangeiro e depois a conta...
  • Eu

    a K ligou e ouviu crianças em barulho de fundo
    o J foi ali ao parque tentar ver se ouve
    se me disser que não, ligo ao A
  • Ela

    alguem o está a usar
    estou a falar com alguem
  • Eu

    a falar mesmo?
  • Ela

    vai aí entegar
  • Eu

    ok...
  • Ela

    sim...
    estás no mega???
  • Eu

    n, estou na loja

    (Aqui ela ligou-me, afinal o ponto de entrega mudou de local).
  • Eu

    ufa
  • Ela

    :D
    diz á K para relaxar
    n há chamadas nenhumas nem mensagens?
  • Eu

    n, só as chamadas q a K fez
    .....................................

Depois de tudo isto?
Às 5 da tarde reparo que a formadora da noite me ligou às 3. Fiquei alarmada pois pensei que fosse a desmarcar. Liguei de volta e não me atendeu. Ligou-me meia-hora depois e disse: "Já tenho o meu problema de logística resolvido, vou já para aí".
Pego no telemóvel: "R., afinal podes trazer as máquinas..."
....................................
Ao levar o quadro para a outra sala, dei-lhe um pontapé de tal maneira, que parti um dedo...
..................................
Posso deixar o resto para depois, ou chega para amostra? É que já não escrevia assim há imenso tempo e confesso que estou cansada...

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