Nem sei que título dê a isto....

Desculpem, mas este post tem de ser acompanhado com sonoro à medida (são 14 minutos, mas é provável que apenas ouçam uns 3... lol)

The Poet and the Pendulum - Nightwish

Já devem ter lido acerca do meu "estagiário"... Aquele que fala sózinho... Aquele que se mete em caldinhos e eu tenho de evitar que seja linchado... (esta não contei).

Hoje tentei oferecer o meu ordenado deste mês à minha colega, para ser ela a aturá-lo e ela riu-se na minha cara...

hummm...

Nesta quarta-feira, calhou eu ter uma reunião marcada de manhã (não chegou a acontecer, mas isso são outros quinhentos...) e, completamente fora de rotina, almocei no meu local de trabalho. Fechei a porta interior e o gradeamento exterior, luzes apagadas, num explícito NÃO ESTÁ CÁ NINGUÉM!!!

Ainda faltava meia hora para abrir a porta, ouvi-o lá fora, a falar ao telemóvel, numa sonora cavaqueira.

Nem me incomodei...

Dez minutos depois, vejo-o, através dos vidros martelados da porta, a atar qualquer coisa vermelha no gradeamento. Dava para notar, o amarrar, o esticar o pescoço a ver se alguém aparecia à esquina.

Mais cinco minutos e como sempre, peguei nas minhas coisas para sair e ir beber café antes de voltar para dar a sessão da tarde.

Quando abro a porta interior... o gradeamento parecia um arraial de S. João com montes de... preservativos vermelhos! *

Não me desmanchei. Nada disso. Continuei a abrir o gradeamento, ele estava de pé na escadaria em frente e de ar muito surpreendido por me ver ali (ele costuma ir "buscar-me" à paragem...), atirou-me um Olá Raquel, que devolvi num seco, calmo e inabalável Quando eu voltar nada disto está aqui.

"Não fui eu, Raquel. Eu cheguei mesmo agora..."

Inabalável...(Não sei como não me desmanchei a rir!): "Sim, se não contarmos com os 15 minutos que estiveste a falar da G ao telefone com a tua amiga. E sem contar também que os vidros até me deixam ver cá para fora. Portanto... quando eu voltar, nada disto está aqui." - Tudo isto dito na maior das calmas, enquanto ía fechando as portas, sempre de costas para ele, sem o olhar uma única vez (ao estilo Horatio Caine) e mais imortante ainda, sem ele soltar um pio que fosse.

Segui caminho até ao café, a vontade de rir já ultrapassava tudo.

Quando regressei, nem vestígio dos preservativos...

Agora pensando bem, tenho pena de não ter tirado foto...

O resto da tarde, não me dirigiu palavra, não por estar chateado (era só o que mais faltava!), mas porque já viu que a manipulaçãozita que opera, comigo não funca!

Saiu às 16:00, quando costuma ficar até a última pessoa ir embora, sempre com o matraquear massacrante, idade dos porquês aos 15 anos, porra!, não há quem aguente!

Um destes dias, a minha colega tinha umas papeladas para tratar, ele não desamparava a loja, sempre com aquele patati-patata e ela teve de efectuar uma manobra de diversão: fechou tudo, dirigiu-se ao carro, ligou-o e quando viu o puto dobrar a esquina, desligou o carro e voltou lá para dentro para poder trabalhar em paz e com tudinho trancado!

É impossível trabalhar com ele por perto!

Hoje contei a cena dos preservativos à minha colega e ela contou-me outra:

-"Ele hoje de manhã foi lá..."

- "Não foi ontem à tarde? Ele quando saiu daqui disse que ía lá."

- "Não, ele quando saiu daqui, foi para o hospital..."

- "Foi reclamar de quê desta vez?"

- "Não foi reclamar. Foi por uma tentativa de suícidio"

- "Suicídio.. E foi lá hoje de manhã fazer o quê?"

- "Foi-me contar. Com um ar super janado... Ainda lhe perguntei Então e não morreste??"

Já estamos assim para o habituado às tentativas... Chama a ambulância, quando a ouve chegar engole as pintarolas que encontra pela casa, e obviamente, quando chega ao hospital ainda nada teve tempo de fazer efeito.

(Isto lembra-me uma miúda há uns anos, que também tentou o suicidio com uns comprimidos que encontrou em casa. Mas ela não chamou a ambulância... Ía-se matando a cagar: eram laxantes! - Não morreu, lixou o cuzinho e ainda foi gozada...Cambada de incompetentes!)

A verdade, é que o puto entrou no sistema, e dele já não sai. Ninguém o quer, o tribunal não se decide e ele vai jogando, arriscando, manipulando para obter aquilo que quer. E acreditem: é extremamente inteligente.

Mas dou o meu ordenado para me livrar dele...

* Para mim, um claro: Não fui eu, porque estava na paragem à tua espera. Devem ter sido aqueles mauzões que eu chibei no outro dia e que me queriam bater forte e feio até me deixar estendido no chão numa poça de sangue e que tu evitaste porque me trancaste contigo na sala...

PQP!!!