Uma hora.
Estou há uma boa hora a olhar o ecrã, formulário de nova mensagem vazio.
Não conseguia articular o que estou a pensar/sentir, talvez (como é hábito) começando por algo completamente descabido, acabe por conseguir verbalizar aquilo que pretendo agora expurgar.
Penso que ao longo da minha vida (curtinha, bem sei...), várias vezes tenho cuspido para o ar e outras tantas fechei portas atrás de mim sem sequer me voltar para trás.
E dei hoje comigo a pensar: "É agora que a ostra te acerta na testa...".
Os conselhos que damos aparentam ser muito bons, de facto. Mas se são assim tão bons, porque não os sigo? "Faz o que te digo, não faças o que eu faço". Mesmo na mouche...
E agora, Smootha Maria: desenmerda-te!
Parece-te fácil remediares as coisas, vistas deste lado. Mas sabes bem que para lá da fronteira que tu própria delimitaste com marcos, deixas de estar no teu território e as regras não são as tuas.
E agora? - perguntas...
Agora ou cortas as lianas que te deixam viajar para lá da fronteira ou ouves a melodia e vais dançando...
(E só agora vejo que passei
por portas que não devia
ter deixado ficar fechadas...)
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