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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Já fumega! (de onde conheço isto?)

Ontem, a hora de fazer o jantar, foi um pouco atrapalhada, como sempre que estamos ambas na cozinha. Entre a minha “hábil” pilotagem do fogão e o facto de tantos anos depois ela ainda não saber onde guardo o quê, as coisas demoram, e nem sempre o que está ao lume, tem tempo de esperar.

Os hambúrgueres estavam prontos, já de lado com a cebola frita, eu a sacar as batatas fritas com a escumadeira e espreitei que os ovos já tinham passado do ponto. “Dá-me outra escumadeira.” Apago o lume dos ovos e desvio a frigideira para o lado e continuo a sacar as batatas enquanto esperei pela escumadeira. Larguei as batatas um pouco, a prioridade eram os ovos, e começo a po-los nos pratos. Acabei de pôr todas as batatas no papel absorvente, ponho-lhes sal e finalmente: mesa!

Entre garfadas e TV, começo a pensar que devo estar extremamente cansada, ensonada, pois é a única coisa que me ocorre quando começo a ver tudo turvo. Mas… olhei para cima e vi… uma nuvem de fumo branca! Volto-me para trás e… não desliguei o bico do óleo! Toda a frigideira fumegava! Sem grandes coisas, apaguei o lume e minutos depois espetei com a frigideira no quintal. O fumo entretanto baixou, e jantar na cozinha tornou-se impraticável, pelo que pegámos nos pratos e abancámos no quintal!

Mas este episódio fez-me lembrar de outro, de contornos parecidos.

Passou-se há uns 10 ou 11 anos. Aniversário da C. Não tínhamos planeado nada, mas surgiu a ideia de irmos buscar o M. a casa (já não vivíamos juntos nessa altura) e irmos os três jantar algures e arranjar qualquer merda para fazer.

Quando chegámos à rua dele, vimos fumo a sair de uma das janelas e mais adiante vimos que a janela era dele. Paramos o carro, chamamos por ele. Assoma à janela, envolto na fumarada que o deixava parecido a D. Sebastião surgindo do nevoeiro, desmancha-se a rir para nós e pergunta: “Então? Tudo bem?”.

“M., que aconteceu?” - “Nada de especial… Deitei fogo à casa. Querem subir, tomar um copo de leite ou assim?”

Bom, pensámos que ele tinha estado numa das suas invenções doidas e que a coisa tinha dado para o torto, mas tinha sido pior… Quando entrámos em casa foi indescritível. As paredes brancas estavam negras, os cortinados idem, a cozinha meio derretida e os canários… kaput! Morreram os dois.

“M… Que aconteceu aqui???”

“Esqueci-me do óleo ao lume…”

“Mas adormeceste ou quê?”

“Nem por isso” (risos…)

Acabámos por pegar nele (depois de ter tomado banho e vestir algo que não cheirasse a fogueira!) e fomos jantar. Depois do jantar, a festa!! Passámos por um hipermercado, ela lá foi comprar tintas, trinchas e rolos, detergente para a roupa e mantimentos para a noite. Sim… A festa foi na casa do M.! E foi de arromba!

Nunca limpei tanta fuligem na vida! Toda a casa estava negra! Lavei tudo quanto eram cortinados e colchas de cama. Aquele estendal foi sempre a dar-lhe all night long. Enquanto as máquinas faziam, pintavam-se paredes, limpavam-se armários, lavavam-se janelas, fazia-se enterro de canários.

Eram 7 da manhã estava eu a pendurar os cortinados da sala, já completamente grogue do cheiro das tintas e afins (cof cof). Parámos, mortos de sede e fome, e atacámos o “farnel”.

“Epah, vocês são minhas amigas, estão aqui a ajudar-me em vez de irem à vossa vida, e eu tenho de vos contar a verdade…”

“Que não adormeceste já eu sei…”

“A S.(vizinha do r/c) tocou à campainha, fui lá abaixo ter com ela, ela disse que não era para demorar, por isso nem apaguei o lume. Só que cheguei lá abaixo e as coisas aqueceram… Foi mesmo ali no vão de escada…”

Foi assim, que passei uma noite em claro, com duas pessoas (o meu primeiro ménage à trois!), estoirada até não conseguir juntar duas sílabas. Por uma queca num vão de escada, que nem sequer me envolveu a mim!

(É caso para dizer que fui fucked e nem gozei…)

Lindo, lindo, foi a cara da mãe dele, quando chegou perto do meio dia… Estava tão lixada com ele que me perguntou se não o trazia para minha casa morar comigo.

“Não, São… Morei com ele ano e meio. Agora curei-me!”

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