Cheguei ao ninho paterno perto das 23 horas de 3ª feira e o primeiro comentário sarcástico da mãe foi "Olha a minha filha que mora na Austrália!". Verdade... Amo a minha família, mas afasto-me o mais possível.
Nunca o disse, mas faço-o por egoísmo. Um dia vou perdê-los, e em vez de aproveitar cada momento, afasto-me, na estúpida esperança de que o momento de não os ter me faça sofrer menos a perda.
Foi bom tornar a partilhar uma cama de casal com a minha irmã mais velha (única, por sinal) e como nos velhos tempos ficarmos na tanga até de madrugada, a falar de tudo e de nada, a partilhar aqueles pensamentos que mais ninguém entende. Apesar da diferença de idades (eu com quase 38 e ela com 56), e tendo em conta a educação que ambas tivemos, conseguimos contornar as limitações que nos eram impostas e que apenas agora entendemos que eram tentativas de nos proteger (como aliás constatámos, que o Pai continua a proteger-nos como se continuassemos a ser as suas Princesas).
Saímos pelas 8 da manhã, eu, o Pai, a mana e 3 sobrinhos.
A primeira paragem foi em Coruche, onde o Pai fez questão que eu conhecesse a casa onde moraram com os meus 3 irmãos mais velhos, antes de ele ter ficado bastante doente (acreditem que por pouco eu e os outros dois manos quase não conhecíamos o mundo...).
Saímos de Coruche em direcção a Tomar, onde fizemos uma paragem um pouco maior. Seja como for, já não se aguentavam as queixas dos putos, fartos de estar trancados dentro do carro.
Parámos no Jardim de Mouchão. Vale a pena, o jardim é espectacular e toda aquela água passa para nós uma calma pouco habitual. Componente didática: os putos ficaram a saber o que é e para que serve uma nora. Por mais que tente, não consigo não explicar ou ensinar algo a alguém. É mais forte do que eu.
Saímos de Tomar nem sei bem a que horas e prosseguimos em direcção a Figueiró dos Vinhos. Mas isso fica para outro dia...
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