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segunda-feira, 15 de junho de 2009

CC

Tenho dado comigo no último mês, mês e meio, a pensar no CC.
Apesar de não o ter esquecido, não é hábito pensar nele, mas tenho formas de o manter por perto, mesmo que inconscientemente.
Num dos meus regressos a casa, vinha a escrever algo e de repente lá estava ele. Misturei-o com o que estava a escrever.
Hoje enviaram-me o vídeo abaixo, e não pude deixar de sorrir e pensar que ele ensinaria todos aqueles passos a um filho.

Acho que chegámos a falar disso, tentou mesmo ensinar-mos a mim. Sem sucesso, diga-se...

Sempre achei que seria difícil falar dele, mas a esta distância, 22 anos, já não dói. Deixa saudade, sim. Eu tinha 16, ele não me recordo ao certo, mas mais uns 4 que eu. Tínhamos planos e "O plano".

Foi uma daquelas relações "proibidas", debaixo do pano, por portas e travessas e becos escuros, tudo coisas que apenas ajudaram a apimentar tudo. A desculpa de procurar o meu irmão, porque sabia que seria eu a abrir a porta, a minha interminável busca de qualquer coisa (demasiado) específica porque sabia que ele estaria na loja do pai... Tudo servia de desculpa para cinco, dez ou sessenta minutos, o tempo que nos fosse possível passar juntos. Várias vezes me refugiei com ele no sotão onde ensaiavam, ficava a ouvi-lo tocar para mim, falávamos do futuro e acreditem se quiserem, era quase um amor platónico!

Até ao dia em que me despedi dele, frente a um triste esquife, para o qual foi empurrado por uma seringa cheia de nada, empunhada por uma mão que não a sua, mão essa que mais tarde me ameaçou a mim. Não foi fácil passar por isto, quando praticamente ninguém sabia da relação. Não foi fácil habituar-me à ausência dele. Pareceu-me fácil tentar ir com ele, as duas tentativas mostraram ser difícil.

Hoje resta a saudade, a memória do seu rosto e a incapacidade de dizer "amo-te".

5 comentários:

  1. Pois, a incapacidade de dizer um amo-te directamente... sei do que falas... mas serve para aprendermos, a não calar quando de facto é o que sentimos.
    bjs

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  2. Não, o pior é quando o sentimos e somos incapazes de o dizer, e julgados por não o dizermos por julgarem que não o sentimos...

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