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terça-feira, 30 de junho de 2009

As sms

Em jeito de continuação do post anterior, e em conversa com a Maçã, e após ter enviado sms para o número do qual me enviaram a dita mensagem, lembrei-me de um episódio que se passou comigo há uns anos atrás.
Todos os dias ía a pé para o trabalho, eram cerca de 5 minutos a pé, e salvo raras excepções, fazia sempre o mesmo percurso.
Certo dia, comecei a receber sms um tanto estranhas...
Não me recordo do correcto desenrolar da coisa, mas sei que das primeiras vezes ignorei, até que a curiosidade gritou mais alto e lá se foi desenrolando uma espécie de diálogo via sms.
As sms eram sempre de teor erótico e algumas vezes a roçar o porno (parece que atraio loucos!) e confesso que já me estava a despertar mais do que a curiosidade com tantos "fazia-te" e "acontecia-te" e sei lá mais o quê.
Tentei ligar, as chamadas eram sempre rejeitadas. Começou a enviar sms de outros números, dizendo sempre para que eu respondesse para o primeiro número.
Uma mulher curiosa é pior que um cão com pulgas... e eu já me coçava toda por tanto querer saber quem ela era. Sim, porque dizia ser uma "ela" se bem que nestas coisas se deve ficar sempre de pé atrás.
Isto durou meses...
Aconteceu chegar ao ponto de me aborrecer e não responder a qualquer sms, ao que "ela" bombardeava com mais sms ainda: "Já não queres saber de mim porquê?", "Já não queres saber quem sou?", "Estás a ser má!", "Não me queres?", etc.
Mas nestas coisas, tanto se vira a cara que... se cede!
Recomecei a responder, e o "assustador" da coisa foi a manhã em que recebi a sms "Ficas bem de saia. Não sei porque não usas mais vezes...".
"Assustador" porque é raro usar saia, e naquele dia usava uma! Logo: eu passava por esse alguém!
Comecei a espreitar por cima do ombro, lógico. Desconfiava de todos e de ninguém. Até na C pensei! Porque no fundo, a partir do momento em que chegava a casa, as sms paravam.
Até ao dia em que finalmente se dispôs a um encontro face-to-face.
Se por um lado estava com certo receio, a curiosidade sobrepunha-se. Foi por esse motivo que marquei num café que conhecia bem e que sabia que teria por lá pessoal de apoio em caso de necessidade.
Chegou o dia e (azar dos azares!), um problema de família arrastou-me para fora da cidade por tempo indeterminado. Sem querer enviar sms a desmarcar, sob pena de achar que eu não teria coragem de aparecer, liguei a uma amiga que lá estaria, expliquei em traços largos o que se passava e disse que perto da hora do encontro iria enviar sms à tal pessoa e ela que macacásse quem era.
Cena combinada, chegou a hora do encontro, envio sms a dizer que estava um pouco atrasada.
Claro que o atraso se arrastou por 2 horas. Se bem me lembro foi esse o tempo que lá aguentou.
Enviou-me um carradão de sms a chamar-me de tudo e mais alguma coisa e desde esse dia fez-se silêncio no meu telemóvel.
Mais tarde, ao final da noite, liga-me a minha amiga: "Onde foste desencantar aquela gaja toda grossa, pah? Corpete preto... Saia justa de racha enorme de lado... perna boa, mamas no sítio..."
humm...
Depois da descrição feita, não cheguei a conclusão nenhuma acerca de quem ela seria, mas vinha vestida para matar e suficientemente prática para se dispensar um quarto.
Não comeu... Temos pena!

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