Porque hoje é outro dia

Já recuperei da noite mal dormida. Mais pelo pouco do que pelo mal.

Acordei com os sentidos alerta e outra energia.

Não se traduza "energia" por aquele nervosinho que faz a maior parte das pessoas deslocarem-se frenéticas por 20 locais diferentes em busca não sei bem do quê. Refiro-me a energia interior. Aquela que sei que consegue projectar cá para fora tudo o que construo cá dentro.

Quando desci, dei um salto ao quintal. O sol estava a chamar, acedi.

Como sempre acontece, a cada passo que dou, vêm juntar-se a mim os gatinhos jovens e semi-vadios que vivem por aqui. Quando parei no meio do pátio, começaram a deitar-se, um a um, no chão beijado pelo sol. Não resisti a imitá-los.

Deitei-me no chão de cimento e deixei que o sol me invadisse também. Que faltava para me igualar àqueles felinos ali deitados, espreguiçando-se ao sol? Usar apenas a pele que a natureza me deu. Abri o roupão e deixei o sol quente recarregar-me as baterias gastas pelo Inverno...