Sete e meia da manhã.
Encostei o corpo para trás, virei o ombro esquerdo na direcção dela colocando a minha mão direita sobre o seu braço.
Sei que não abri os olhos e quando ela fez a primeira tentativa para se levantar, apertei-a, não a deixando sair.
- "És muito exigente...", disse-me.
- "Eu? Porquê?"
- "Queres sempre mais além do que as pessoas te dão."
- "Explica lá isso melhor!"
- "Por exemplo: eu acordei agora e apenas te abracei. Mas viraste-te logo, já te destapaste e já deves ter o pito aos saltos, se bem te conheço... Deve estar a gritar: "come-me! come-me!""
...
Ora bolas! Se não me apetece é porque ando estranha, se me apetece é porque sou exigente...
Quem pensa que tudo se torna mais claro após os primeiros sete anos em conjunto, engana-se bem.
Ter-me-á o tempo tornado assim tão previsível?
Imagem: Siren Song, Boris Vallejo, 1979
Vá-se lá entender as mulheres :)!
ResponderEliminar