Já estou com os olhos em bico de tanto ler manuscritos de descripções prediais do séc XIX, que uma conversa de msn de há pouco me reavivou certas memórias.
Não consegui continuar a ler o português arcáico, não me sai da cabeça aquela noite...
Foi numa noite bem quente de Julho, há 15 anos atrás...
Sózinha em casa, todos tinham ido de férias para Sines, eu não fui por causa do curso.
Num telefonema a minha irmã disse-me que ele iria para Sines no fim-de-semana e que se eu quisesse me daria boleia na 6ª à noite. "Ele depois liga-te para combinarem melhor."
Ligou-me na 5ª à noite. Combinámos que me iria apanhar nos Pupilos na 6ª ao final do dia, mas conversa para aqui, conversa para ali, e como era seu hábito estar sempre na brincadeira, disse-me em tom de desabafo:
"Esta zona esteve o dia todo sem água. Tenho aqui meia garrafa de água, não sei se a beba para matar a sede ou se a despeje pela cabeça e finja que tomei duche..."
"Bebe a água e vem tomar duche cá a casa!"
Ups! As palavras saíram-me pela boca muito antes do cérebro as poder processar.
E ele veio mesmo!
Agradeceu-me o duche e brilhantemente sugeriu que eu fosse com ele, dormia lá em casa e tal, de manhã levava-me ao curso e ao final do dia pegava-me e íamos para Sines.
Atirei algumas coisas para dentro de um saco (viajo light!) tranquei tudo e saímos.
Chegados a casa e depois de animada viagem, café e sei lá que mais (o esgotamento levou-me a maior parte das memórias...), mostrou-me a casa.
E foi na sala que me atacou a nuca....
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É engraçado pensar em tudo isto agora e bem sei que era inevitável ter acontecido, as provocações mútuas já duravam há demasiado tempo. Já não dava para adiar mais e as circunstâncias proporcionaram o que olhares andavam a prometer há muito.
O que eu não sabia nessa noite, é que um amigo dele dormia lá em casa.
E só quando de manhã percebi a subtil mensagem que o meu soutien pendurado na parte de fora da porta do quarto é que me dei conta da companhia.
Foram 3 meses interessantes, sem culpas, ressentimentos ou cobranças.
Sexo pelo sexo, apenas isso.
Curiosamente, deixou algumas marcas. Frases que não esqueço, gestos que me despertaram.
Nunca mais acordei com uma chuva de pétalas, mas a frase, ouço-a vezes sem conta...
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
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