Prometeu - Éter divino, ventos de rápidas asas, águas dos rios, sorriso incontável das ondas marinhas! Terra, mãe comum, e tu, Sol, olho ao qual nada se oculta, invoco-vos neste lugar: vejam o que um deus é obrigado a sofrer por obra dos deuses.
Contemplem o opróbrio que me é infligido e que terei de padecer por dias sem fim. Estes são os laços de infâmia que imaginou para mim o novo senhor dos bem-aventurados! Ai de mim, ai! que choro pelos males presentes e pelos que me esperam. Depois de que provas brilhará para mim o dia da libertação?
Mas, que digo? Acaso não sei de antemão tudo o que me espera? Nenhum infortúnio me virá que não tenha previsto. É preciso aceitar a nossa sorte com ânimo sereno, e compreender que não se pode lutar contra a força do Destino. E contudo, não posso falar das minhas desditas, nem posso calá-las. Grande é a minha desdita, pois, por ter favorecido os mortais, gemo agora esmagado por este suplício. (...)
Excerto da peça de teatro grego Prometeu Acorrentado, de Ésquilo.
Prometeu agrilhoado (imagem retirada da Internet)
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
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