Lost my anklet!!!

Este é dos tais posts em que podem começar pelo fim (caso queiram uma música porreira a acompanhar).

Hoje foi dia de levantar cedo, enfiar tudo dentro da mala e sair à pressa.

Desci a rua enquanto revia mentalmente se trazia tudo o que iria precisar durante o dia.

Foi quando mais adiante me sentei na esplanada a beber café, que dei conta de não ter trocado de isqueiro. Estes novos sistemas anti-putos dão-me cabo do polegar...

Deixo a esplanada e dirijo-me à paragem do autocarro. Que coincidência, chegou ao mesmo tempo que eu, nem deu tempo de fumar outro cigarro (o polegar agradeceu).

Em chegando ao cais do Seixalinho, olho já bem acordada para o relógio (que não usava desde 17 de Julho - absolut freedom!): levantei-me mais cedo do que pretendia... Decididamente, não ando bem!

Ok. Isto dá mais que tempo para outro cigarro. Não sei se já repararam, mas nos cais, estações, aeroportos e similares, o tempo encaracola... Ou fiquei sem pilha no relógio ou ainda agora olhei para ele... Valeram-me todos os jornais deixados pelos bancos e tal... Pelo menos eram do próprio dia. Mais um cigarro :D

Finalmente o barco! E aqui começa o verdadeiro stress...

10:30 - Fobia 1: água! Aquele líquido lá fora consegue realmente irritar-me. Água sim, mas em quantidade controlável.

11:00 - fobia 2 - o metro... Entre a água e o estar debaixo de terra, não sei, não....

11:30 - fobia 3 - A empresa não podia ser na porra de um r/c?? Elevador? dass

Posso mesmo dizer que sofri, para ter esta entrevista.

A coisa correu bem, lá consegui fazer o fulano mostrar-se bem disposto, porque depois de água, subsolo e elevador, não me apetecia ver cara-feia.

Tudo explicado da parte dele, resolvo então empatá-lo mais um pouco. Todas as dúvidas que me íam surgindo, não as podia deixar viajar comigo, por isso debitei-as todas de rajada.

O fulano sorri abertamente e diz: "Gosto de ver que é franca, e é assim que gosto que sejam para mim, assim como o sou para os outros" (fonix, ainda sei desarmar um gajo?)

Saio, desço o elevador, desço as escadas para o metro, entro na carruagem, phones de novo em acção, e num piscar de olhos estou de novo no Cais do Sodré. É meio-dia e pouco.

O quê? Barco só às 13?? :S

Ok. Outro cigarro.

Passeei para a frente, para trás. Fiz algumas chamadas que se impunham, enviei sms à toa, mais um cigarro e o isqueiro não tarda está espatifado contra a parede.

12:30 - Vou ao quiosque e compro tabaco. Vou ao outro e peço um café.

"Não há café."

Não há o quê??

"A estação está sem água, não podemos fazer café..."

Bela merda!

Garrafa de água e uma empada quentinha, só para ajudar o tempo a passar....

Eu que costumo comer bem devagar, a empada foi comida em dentadinhas e os ponteiros nada de avançar.

Esperar enerva-me de uma forma que não consigo explicar. Implico com tudo, fico de mau humor (leões de mau humor, é melhor manter à distância), sou intolerante...

Acabei por ir para dentro deviam ser 12:45.

Só entrei para não fumar mais... :D

Enquanto continuo a ouvir música, olho para o tornozelo e... where's my anklet??

Não é normal.... Tanto tempo no tornozelo e tinha de perdê-la logo hoje??

Começo a ficar seriamente aborrecida. Com a espera e com a perda.

O barco não chegou às 13.... Atrasou 8 minutos!

Mais meia hora de água pela frente. Enquanto sei que tenho rede, envio a sms Vens buscar-me?

"OK". Nice!

13:30 ponho pés em terra firme! E já lá estava à minha espera, no sítio do costume.

O resto do dia, só eu sei....

Como me sinto?

No regresso a casa, rolava esta no meu MP3: