Não sei bem que passos dou. Vejo-me neste instante como o peão de qualquer jogo de tabuleiro, muitas quadrículas à minha volta, mas ande para onde andar, elas formam um ciclo fechado e regresso sempre ao local de onde parti...
E nessa altura vejo o quanto a minha vida se tornou triste, monótona e insignificante.
Sinto-me só sem estar sózinha, e no entanto passo todo o tempo a empurrar para longe de mim aqueles que se preocupam.
Mecanismo de defesa. Será?
Estarei eu a enlouquecer ou a deixar que me enlouqueçam? Só admitiria enlouquecer por paixão.
Daquelas paixões arrebatadoras que me fazem esquecer a vida, os problemas, os fantasmas que me continuam a atormentar...
Sempre eles, a pairar à minha volta, como se monitorizassem tudo o que faço, tudo o que penso.
Sinto apenas nessas presenças um par de olhos que não reprovam nem aceitam. Limitam-se a olhar-me de longe.
Estou num labirinto e não consigo sair. Os muros são altos, as paredes espessas e escorregadias.
Não consigo fugir deste pesadelo e no entanto tem algo que me puxa mais para os seus confins.
Uma certa atmosfera, como se de quando em vez uma estranha névoa envolvesse tudo à minha volta, mostrando uma certa sensualidade que me arrepia.
É bom senti-lo, mas preciso de fugir...
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