Frio como a morte

Frio, frio, gélido como a morte,

assim vai o meu coração

puxando as finas folhas do calendário da vida,

dia após dia, mês a mês, anos a fio...

Onde foi? Onde foi que gelou,

o que o fez para de bater com aquele fervor?

As paixões que me moviam outrora,

e que agora me fazem repensar toda uma vida,

vivida em prol dos outros.

O sangue que me corria nas veias,

quente e apaixonado, diluiu-se com as lágrimas.

As lágrimas lavam-me a alma,

mas o coração, esse, além de vazio,

continua escuro, frio e só.

Nem fogueiras, nem vulcões, nem as chamas do inferno,

o poderiam aquecer agora.